quinta-feira, 14 de junho de 2012

Gosto de te ver sorrir. Sua pele morena, sua aflição de não estar sendo tola, suas covinhas laterais...
Você não é mais a mesma. E isso dói, sabia? Só me resta fantasiar o nosso futuro com as lembranças do passado.
Sonhei com você outro dia. Era tanta beleza e perfeição que até uma criança desconfiaria de que tudo era passageiro.
Eu te amei tanto. E isso foi o pecado. Eu te amei mais do que a mim mesma. Por isso me ridicularizei, gritei, te machuquei. Sei que errei, então. 
Sei que um dia em qualquer esquina você vai me reencontrar, e com um olhar distante não vai me reconhecer.
Quem sabe em outra vida exista espaço pra você me desvendar de outra forma e poder enxergar o que os outros não conseguem ver.

terça-feira, 29 de março de 2011

Considerações sobre você 1

   Por acreditar que o fim está bem perto, ela prefere não mais pensar nos dias e nas horas e reune dentro de si lembranças confusas e alienares. Talvez, por não querer ser mais real ou quem sabe para transformar tudo em um sonho colorido e arredio. Sé se sabe realmente, que ela não é mais normal, não escreve como antes, não desenha mais quadros azuis. Ela agora é o que dá pra ser. As pretensões não são mais as mesma, todas, com o passar do tempo vão sumindo, morrendo e desaparecendo em um passado imperfeito e distante. 

terça-feira, 16 de março de 2010

Duas horas da tarde - já está tarde, mas ainda me aguarda a hora do almoço. Olho para os lados, todos estão calados em suas mesas. Pego minha bolsa e vou descer.
No caminho encontro muitos caminhos e me desespero por não saber por qual seguir. Vou pra São José e nada. Encontro a Antônio Carlos e ela se fecha pra mim. Passo por todos para melhor enxergar o sinal. E ele abre. Vou com muita rapidez para banca de jornais do tribunal de justiça, e peço um sampoerna. Ando, ando mais, já estou na Praça XV, velhos rostos, os mesmos costumes. Espero encontrar alguém que grite pelo meu nome, que me reconheça no meio da multidão - inútil.
Vejo glórias, derrotas, fumaça e beleza nesse lugar. Procuro por você em cada olhar, mesmo sabendo que fisicamente é impossível te ter aqui.
Apago o cigarro, que já estava por queimar minha mão. Sigo de volta, Antônio Carlos e viro até o Pilão de Pedra, preciso comer. O tempo passou tão rápido e agora?! Não tenho pressa, porque tê-la? Tenho 23 anos e um futuro cheio que questões a serem respondidas.
Arrumo meu prato, sem nem mesmo olhar o que coloco dentro dele, 400 gramas de um mente confusa, de uma tarde cinza, cheia de saudades.
Um senhor falante senta na minha frente e tenta salvar aqueles minutos de abstração. Não escuto nada o que ele fala, só balanço a cabeça. Ele reagi como se eu estivesse dando mais assunto e desanda a falar ainda mais. Peço licença. Levanto correndo. Merda! Ainda tenho que enfrentar a fila, depois a Antônio Carlos, depois a São José e pior ainda, mais pessoas para eu julgar e reconhecer. Chego na México, fila no elevador. Boa Tarde, 14°. Sento de volta e escrevo bobagens.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Através das lembranças do passado ela apagou o bonito e o inesquecível e se aventurou em um quadro frio e cinza.
Por trás de sua testa enrugada existe muito mais do que se pode ver. Dentro de seu perfume exótico e amargo existem feridas, tantas e tantas já mordidas pelo tempo e ansiosas por cicatrizar. E hoje eu te encontro, em baixo dos arcos brancos, aqueles que tantas histórias guardam de nossos amigos. Lá onde o malandro edificou a sua origem e sumiu por aí...
Sim, o tempo passou. E agora o que faço? As suas roupas hoje são minhas e ainda continuam não cabendo em mim.
Que tal apenas fingir que nada disso existiu?

segunda-feira, 1 de março de 2010

Eu lembro que eu te via, mas depois fingia não ver. Sempre te encontrava nas esquinas por aí e imaginava o dia em que você seria meu. Mas eu não queria um. Eu também queria uma, e dessa maneira confusa, você me aceitava e deitava em meus braços, esperando o outro alguém.

E ao me ver com outra, você ficava agitado, com raiva e com tesão. Você olhava dentro dos meus olhos e me puxava para você.

Depois de um tempo você se acostumou, viu que eu não tinha dono, e vivemos mais felizes, os três em pecado, penetrados na tentação.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Escrever, pensar, estudar, trabalhar, te amar, dormir, te amar um pouco mais, dencansar, co-existir e mesmo assim. Ser e pensar o que vai ser o melhor? ou o que será se um dia eu perceber que errei e que não sei mais ser feliz como antes?
Então, olhar no espelho e não ter a lembrança de cada ruga que escapa de meu semblante sempre fechado, por se achar desinteressante demais para os outros.
Espero te sentir cada vez mais e unir o bom e o ruim que impera em nossas mentes. Eu não quero só o bom pra mim.
Descubro em cada relação que as pessoas não gostam de ouvir os outros e desse jeito competem sobre quem vai falar mais e quem vai diminuir mais o outro.
E também me assusto, cada vez que entro em suas casas e as pessoas me olham como um freak show gratuito e imbecil, como todos são.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Quem Matou a Laura Hamm? (Marcelo Faria e Ligia Azevedo)

Quem matou a Laura?
Ninguém mais sabe, nem mais viu...
Ninguém mais vai ouvir histórias dramáticas
O destino estampado em seus cabelos parcos
Ela não se importava com a vaidade...

Quem matou a Laura Hamm?

Sua perversidade causava encanto
Ela só queria um copo de vinho branco
E depois falava palavras árduas pra mortificar
Palavras árduas pra te torturar

Quem matou a Laura Hamm?