No caminho encontro muitos caminhos e me desespero por não saber por qual seguir. Vou pra São José e nada. Encontro a Antônio Carlos e ela se fecha pra mim. Passo por todos para melhor enxergar o sinal. E ele abre. Vou com muita rapidez para banca de jornais do tribunal de justiça, e peço um sampoerna. Ando, ando mais, já estou na Praça XV, velhos rostos, os mesmos costumes. Espero encontrar alguém que grite pelo meu nome, que me reconheça no meio da multidão - inútil.
Vejo glórias, derrotas, fumaça e beleza nesse lugar. Procuro por você em cada olhar, mesmo sabendo que fisicamente é impossível te ter aqui.
Apago o cigarro, que já estava por queimar minha mão. Sigo de volta, Antônio Carlos e viro até o Pilão de Pedra, preciso comer. O tempo passou tão rápido e agora?! Não tenho pressa, porque tê-la? Tenho 23 anos e um futuro cheio que questões a serem respondidas.
Arrumo meu prato, sem nem mesmo olhar o que coloco dentro dele, 400 gramas de um mente confusa, de uma tarde cinza, cheia de saudades.
Um senhor falante senta na minha frente e tenta salvar aqueles minutos de abstração. Não escuto nada o que ele fala, só balanço a cabeça. Ele reagi como se eu estivesse dando mais assunto e desanda a falar ainda mais. Peço licença. Levanto correndo. Merda! Ainda tenho que enfrentar a fila, depois a Antônio Carlos, depois a São José e pior ainda, mais pessoas para eu julgar e reconhecer. Chego na México, fila no elevador. Boa Tarde, 14°. Sento de volta e escrevo bobagens.